sábado, 19 de maio de 2018

No dia da física vamos ler sobre Einstein

Aqui em casa os pequenos se divertem com a imagem de Einstein com a língua para fora. E é por causa deste senhor tão simpático que, no dia 19 de maio, comemora-se o dia da Física, data estabelecida pela Sociedade Brasileira de Física. Isso aconteceu em 2005, ano em que se comemorou cem anos que Albert Einstein publicou trabalhos importantes que diziam respeito à existência de átomos e, também, relacionados à luz. Hummmm! E por que 19/05? Porque faz uma alusão ao ano de 1905, ano das publicações que mudaram a física no século XX.

Para falar para as crianças quem foi este cientista não precisa muita fórmula, aliás, pode ir além das fórmulas. O livro Um raio de luz: a história de Albert Einstein conta um pouquinho da vida deste cientista que mudou muita coisa nesse mundo. Para além das fórmulas, a obra, escrita pela americana Jennifer Berne e ilustrada por Vladimir Radunski, conta a história do menino Albert que cresceu diferente, a quem a escola disse que não seria ninguém. Mas Albert “queria descobrir os mistérios ocultos do mundo”. Foi a bicicleta de Albert que o levou a pensar sobre a luz do sol: “Como seria andar de bicicleta num daqueles raios”? Albert estudou muito e, além da luz, falou sobre átomos e começou a ser chamado de gênio.

Mais do que falar sobre números e fórmulas o livro fala muito de persistência e de como é importante observar (coisas grandes e pequenas) e perguntar. Chegar às respostas é importante, mas o livro mostra que Einstein não conseguiu responder todas as perguntas que fez. No entanto, está cheio de gente por aí tentando solucioná-las.

A primeira vez que li esse livro aqui em casa, não foi um sucesso. Acho que as crianças eram pequenas. Ele ficou guardado um tempo porque a história é linda e eu sabia que um dia, eu a contaria de novo. Passados uns dois anos, o livro foi muito bem recebido. Gerou uma conversa linda que tratou de formas de aprender, da importância da observação e da pergunta e dos caminhos que podemos percorrer para chegar às respostas. Foi muito legal!

quinta-feira, 17 de maio de 2018

Ei, tem alguém aí?

O nome é sugestivo, inquietante. Especialmente porque a capa traz um menino sozinho, olhando para o céu. Só isso já me fez parar na frente do livro. O autor, Jostein Gaarder é o mesmo autor de O mundo de Sofia (que eu estou louca para ler novamente) e O dia do curinga (que também super recomendo). Então já eram dois pontos que eu estava levando em consideração para tirar o livro da prateleira da livraria e colocar na prateleira da minha casa. Na sinopse, atrás do livro, dizia que se tratavam de dois personagens: Joakim e Mika. O primeiro um menino de 8 anos que encontra Mika e não acredita no que vê: “eles são muito diferentes, mas são muito parecidos”. Os dois passam 24 horas juntos e essa convivência pode ou não ser um sonho. Adorei a descrição: comprei e comecei a ler... a cada pausa que eu dava eu falava para os meninos: vocês têm que ler esse livro, é fascinante!

Ei, tem alguém aí?, foi  publicado pela Companhia das Letrinhas, é dividido em 8 capítulos e é uma espécie de carta que Joakim está escrevendo sobre o dia em que seu irmão chegou e tudo que ele descobriu nestas 24 horas. Uma das coisas que achei muito legal foi a importância que Mika deu a pergunta. Isso, a pergunta, aquela que tantas vezes é ignorada ou desprezada. Aqui em casa sempre tentamos responder a todas as perguntas com a maior sinceridade possível, mesmo que seja “não sei, vamos procurar”. Poucas vezes os meninos escutaram “pare de perguntar”. Nem sempre é fácil responder tudo e já tive vontade de impedir que mais perguntas viessem mas sempre instigar perguntas é possibilitar a descoberta e hoje pode ser um simples “por que está chovendo?”mas amanhã pode ser uma pergunta revolucionária. Pois bem, a ideia do que é pergunta dada por Mika é tão legal que eu aproveitei para fazer umas perguntinhas que ficaram dentro do livro e que serão respondidas pelo próximo leitor aqui de casa que, eu espero, faça novas perguntas para aquele que o suceder.

Mas o que afinal Mika disse? “A resposta é sempre um trecho do caminho que está atrás de você.  Só uma pergunta pode apontar o caminho para frente” (p. 28). Por que ele disse isso? Aí recomendo a leitura.

3 livros infantis para falar de arte



Desenhar, pintar, recortar, colar e moldar são atividades que acontecem com muita frequência durante a infância e que preparam a criança para atividades que vão acontecer mais tarde, como escrever, por exemplo. Mas uma coisa que sempre me chamou a atenção é que, a medida que vamos ficando mais velhos, essas atividades parecem que vão sendo deixadas de lado e muita gente deixa de fazer tudo isso porque acha que é brincadeira de criança e não serve para nada. Ir a museus e exposições também nem sempre é fácil, especialmente em cidades como a minha em que existem poucos museus e exposições artísticas são raras. Com isso o nosso conhecimento sobre arte vai ficando de lado. O que é uma grande perda pois a arte nos ajuda a ser mais criativos, mais críticos e sensíveis.

Uma boa oportunidade para colocar as crianças em contato com  a arte é pela leitura. Existem livros infantis ótimos que apresentam histórias fantásticas sobre obras e artistas. Vale conferir. As três que serão apresentadas fizeram sucesso por aqui.

1) Alfabarte: escrito Anne Guéry e Olivier Dussutour e publicado pela Companhia das Letrinhas esse livro desafia crianças e adultos a encontrarem as letras do alfabeto em obras de arte. É lindo! Ideal para crianças nas primeiras fases da alfabetiz
ação. Eu garanto é diversão na certa.






2) O menino que mordeu Picasso: Antony Penrose conta parte da trajetória de Picasso a partir de suas memórias de infância. Traz fotos e obras de Picasso. Foi muito legal ler com as ciranças! Foi pubicado pela Editora Cosac Naify.







3) Arte para crianças: faz parte de uma coleção da Publifolhinha que também tem livro sobre Filosofia, Dança etc. Apresenta movimentos artísticos, artistas e obras belíssimas. Diferente das outras duas não dá para ler tudo de uma vez com as crianças mas essa leitura mais calma vale a pena pelas perguntas que surgem e a surpresa a cada descoberta.



quarta-feira, 16 de maio de 2018

Poesia para crianças nas rimas do João

Tem coisas que são bem difíceis de explicar para uma criança. Tem horas que os sons das palavras se confundem e aí a mistura pode virar uma lambança. De fato, a rima não é o meu forte, mas é o do João. No livro O caderno de rimas do João, o ator Lázaro Ramos apresenta uma série de palavras que são explicadas por meio de rimas simples e bem lindinhas!

No começo, achei que o livro tinha sido escrito em parceria com o filho de Lázaro Ramos e Taís Araújo, João Vicente. Mas não é bem isso. É como se o pai estivesse explicando certas palavras, por meio de rimas, para uma criança. Tem segredo, mãe, pai, saudade, livro, candidato, entre outras palavras bem rimadas, além de ilustrações belíssimas de Maurício Negro.

Aqui em casa, já lemos, algumas vezes, O caderno de rimas do João e, quase sempre depois da leitura, rolou uma brincadeira parecida: escolhíamos uma palavra e todo mundo ajudava na rima para chegar ao significado.

sábado, 12 de maio de 2018

5 livros que ajudam a falar sobre medo com as crianças

Medo é um sentimento muito comum. Crianças e adultos sentem e, em certo grau, é salutar que sintam. Mas também é importante ajudar a criança a lidar com tal sentimento, para que não ultrapasse esse limite. O problema (e aí falo pela minha experiência) é que às vezes é difícil falar sobre isso. Aqui em casa os livros sempre ajudaram a tratar sobre muitas coisas, inclusive o medo. Então lá vai uma pequena sugestão de obras que trazem, no seu enredo, a temática do medo.

1) Chapeuzinho Amarelo (José Olympio Editora): Esse livro, Chico Buarque escreveu para sua filha Luísa. Conta a história de uma menina, Chapeuzinho Amarelo, que tinha muitos medos mas “de todos os medos que tinha, o medo mais que medonho era o medo do tal do LOBO”. Com rimas divertidas e simples, além da bela ilustração de Ziraldo, descobrimos como a menina faz para superar seus medos. Aqui em casa esse livro começou a ser lido quando as crianças tinham uns dois anos, mas já vi a obra sendo indicada para crianças maiores. Ah, foi nossa primeira experiência com a ação do Itau Cultural.



2) Papai! (Editora: Cosac Naify): Acordar no meio da noite e ver monstros ao seu lado. Quem nunca teve essa sensação? Nessa história Philippe Corentin (autor e ilustrador) conta a história de um menino e um monstrinho que têm medo um do outro. Como eles resolvem a situação? Só lendo para saber. Mas eu garanto que é uma leitura divertida. A tradução é de Cássia Silveira.







3) O Escuro (Companhia das Letrinhas): Luca e o Escuro moram na mesma casa. Durante o dia o Escuro fica escondido no porão e à noite ele toma conta da casa. Luca, certa noite, resolveu encontrar o Escuro em seu quarto. Esse encontro pode resolver muitos problemas. O texto é de Lemony Snicket e as ilustrações são de Jon Klassen.








4) O barulho fantasma (Editora Ática): Quem nunca se assustou com um barulho diferente e, por vezes, não ficou com medo de ir ver o que era? Esse livro conta a história de Mário, que escuta um som que se aproxima. Ele corre do barulho, mas o barulho continua chegando perto. O que era? Sonia Junqueira conta. As ilustrações são de Martin. A obra é recomendada para crianças recém-alfabetizadas. Esse livro faz parte da coleção Estrelinha (uma estrelinha é para crianças que estão começando a ler, duas para aquelas que dominam as sílabas e três para crianças recém-alfabetizadas).




5) Quando sinto medo (Ciranda Cultural): Nesse livro Trace Moroney apresenta reações que temos quando sentimos medo: coração dispara, corpo estremece… e situações em que sentimos medo: bichos, escuro etc. Aí vem a grande pergunta: o que podemos fazer para espantar esse medo? Esse livro faz parte de uma coleção que fala sobre sentimentos. Todos trazem, no fim, uma nota para os pais, que fala sobre o sentimento abordado na obra.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Coração de mãe

O que é um coração de mãe? O que acontece por lá? A portuguesa Isabel Minhós Martins escreveu, lindamente, sobre coração de mãe a partir de um fio que, se formos analisar com carinho, se parece com o cordão umbilical. Esse fio conduz o leitor, pelos olhares da mãe, em vários momentos da vida da mãe: quando o filho apronta, quando fica doente, quando está feliz e por aí vai. Por aqui, esse livro ajudou a explicar por que devemos andar com muita atenção pelas ruas e em lugares com muita gente. Singelo e lindo! As ilustrações são de Bernardo Carvalho.

domingo, 6 de maio de 2018

Abrindo caminhos

Estamos na primeira página do livro e a quem ele é dedicado? Apenas Antonio Carlos Jobim. Mas, para além dessa singela homenagem, a obra já me ganhou na autoria: Ana Maria Machado. Ela é uma daquelas autoras que povoam as memórias afetivas de minhas infância (Menina Bonita do Laço de Fita é muito lembrada por aqui) e adolescência (a adaptação de Sonho de uma noite de Verão, de Shakespeare, também me marcou e está bem guardada). Então, qualquer obra que eu encontre atrelado ao nome dela, merece parte do meu tempo.

A primeira vez em que tive contato com esse livro, foi em um passeio a uma biblioteca com as crianças. Na época, meu mais velho era ainda mais novo do que a idade recomendada para a leitura da obra (5 anos para leitura compartilhada) mas, mesmo assim, ele adorou! Tanto, que levamos para nossa casa e, lá, foram mais muitas leituras até o dia de devolver.  Nem sempre a leitura era fácil, pois o caçula era muito pequeno, mas ficava atento o máximo de tempo que conseguia. Pegamos o livro na biblioteca, mais algumas vezes, até que o dia em que o encontramos em uma livraria da cidade.

Mas, do que fala a obra, para ser tão querida por aqui? Fala de liberdade, de encontro, de desafio, de aventura… Para isso, Ana Maria Machado traz personagens como Carlos Drummond de Andrade, Dante Alighieri, Cristóvão Colombo, Alberto Santos Dumont… e mostra como eles abriram certos caminhos e construíram certas pontes. Mas também mostra como ainda temos muito a fazer para que nesses caminhos não cresçam espinhos e para que essas pontes não sejam destruídas.


Outra coisa legal é que a música “Águas de março” faz a condução desse livro. E isso é muito legal! Ainda fizemos muitas vezes a leitura desse livro. Quando o mais velho o leu sozinho, quase achei que ele tinha decorado a obra (a faixa etária sugerida para a leitura individual é a partir de 8 ou 9 anos).


As ilustrações de Elizabeth Teixeira também renderam boas conversas sobre o conteúdo do livro. São muito bonitas e complementam lindamente a obra.

Diário de um Nerd

“Phil, o Nerd, é um garoto muito inteligente que adora estar com os amigos” e está se preparando, junto com sua equipe, para as Olimpíadas de Matemática e Ciências. Isso é, mais ou menos, o que está escrito na contracapa do livro “Diário de um Nerd: a história de um menino muito especial que acredita (demais!) em fantasia”, de Philip Osbourne. Isso me interessou e interessou a criançada por aqui, que ficou super empolgada quando viu as ilustrações da capa e do miolo também. Fiquei meio cismada quando li o prefácio, de Pedro Duarte, editor chefe do Jovem Nerd, uma cisma que me motivou um pouco mais a também ler essa obra com meu primogênito. No caso desse livro especificamente ele lia um pouco, eu o alcançava e, assim, fomos até o final.



Primeira pergunta de todas: o que é nerd? Foi bom responder a essa pergunta. Muita gente me ensinou esse conceito e, acho que aprendi direitinho, afinal consegui responder. E aí, eu percebi que queria aprender um pouco sobre personagens que eu não conhecia e que se tornaram parte das nossas conversas. Eu queria explicar quem eram outros que eu conhecia e, assim, relembrá-los. E eu queria entender a confusão em que Phil ia entrar e que Pedro Duarte tinha avisado no prefácio. Havia uma lição que o personagem do livro ia aprender e que só aprendemos quando erramos.

E foi isso mesmo que aconteceu. Mas também lembrei como é gostoso compartilhar boas gargalhadas. Outra coisa: foi bom conversar com ele sobre tudo aquilo que nos aparecia em cada página. Aumentamos nosso vocabulário, pesquisamos na internet e no dicionário. Às vezes, meu filho ficava um pouco angustiado e conversar sobre sentimentos entrou na pauta. Foi uma boa experiência.

Ah, o livro é bem ilustrado, mas também tem bastante texto (e eu não acho isso um problema, é apenas uma informação). Traz temas como namoro, amizade e mentira. A classificação é infanto-juvenil.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Histórias de ninar para garotas rebeldes

Não sei ao certo como fiquei sabendo desse livro. Mas quando o encontrei na livraria fiquei encantada. As autoras, Elena Favilli e Francesca Cavallo, trazem, nessa obra publicada pela editora V&R (@vreditorasbr), “100 fábulas sobre mulheres extraordinárias”. São cem rápidas biografias, contadas de uma maneira muito bonita.  Quando mostrei para os meninos, eles acharam linda mas, especialmente o mais velho, se apavorou com o volume de páginas. A calma veio quando eu disse que nós leríamos juntos para que todos  conhecessem aquelas histórias. E assim foi feito. Todas as noites nós líamos uma historinha juntos. Com isso conhecemos mulheres fantásticas: cientistas, artistas, atletas, escritoras, imperatrizes, ativistas, políticas... 

Duas coisas me incomodaram um pouco. Primeiro senti falta de brasileiras (Maya Gabeira está lá). Uma pena, porque temos mulheres incríveis (soube que no livro 2 elas estão mais presentes. E também há livros de autoras brasileiras com  temática parecida); a segunda foi o nome do livro, e aí tenho duas explicações para esse desconforto diante do nome: a primeira é que sou mãe de dois meninos e o livro acaba por direcionar quem deve ler. E aí, temos o segundo motivo: não gosto muito desse direcionamento porque, muitas vezes, acabamos tendo que quebrar mais uma barreira para a leitura da obra. Não é errado, mas essa foi uma pergunta que lá pelas tantas eu tive que responder: se o livro é para meninas por que estamos lendo? Minha resposta foi: porque livro é para todo mundo e o que está aqui dentro vocês também devem conhecer. Tirando essas duas coisas, a obra é linda! Me emocionei com muitas histórias.

Algumas das mulheres apresentadas eu já conhecia, a maioria não. Por algumas, nutria certa admiração; por outras não. E aqui está um ponto interessante: mesmo não gostando de algumas posturas de algumas das mulheres apresentadas (porque eu conhecia uma pequena parte da história) eu lia e entendia a trajetória e, em vários casos, passava a admirá-las por isso: pela trajetória, pela quantidade de barreira enfrentadas. No fim das contas acho que isso é importante: compreender que cada um tem uma participação importante na história e que podemos não gostar de uma parte de sua atuação, mas não podemos negar o quanto suas lutas contribuíram para se chegar onde estamos.

Vamos falar de amizade

Uma capa muito simples mostra dois pequenos pinguins. O título pode ser um índice de que algo ruim vai acontecer. Mas é só abrir o livro Ape...