segunda-feira, 30 de abril de 2018

Lá no alto das nuvens





Eu já escrevi sobre esse livro antes… mas como o nome do blog surgiu a partir de uma nova leitura da obra, resolvi falar novamente sobre ela. Talvez a primeira coisa que chame a atenção do leitor para essa história seja um dos autores: Paul McCartney. Quando entrei em contato com essa obra, não sabia que o ex-Beatle tinha escrito algum livro, especialmente, para crianças. Mas ele tem, e junto com Geoff Dunbar e Philip Ardagh, escreveu esse - que é lindo - e foi traduzido no Brasil por Ruth Rocha!

Não foi tão fácil de ler com os pequenos maiores e já com muitas dúvidas sobre o enredo. Mas nem sempre ler para eles é fácil e responder, nesse momento, continua sendo minha opção. No entanto, em alguns momentos, a saia fica justa demais porque os temas ficam “bem mais” intrigantes, digamos assim.

Essa obra, especificamente, fala sobre a destruição de uma floresta a partir da perspectiva de seus moradores, no caso, os animais. Esses bichinhos perdem entes queridos, como foi o caso do personagem principal: o esquilo Serelepe. Eles também migram para a cidade, têm de se virar e acabam percebendo que nem sempre dá para confiar em desconhecidos.

Mas o livro também fala de amizade, de uma amizade que vem do alto das nuvens, em um balão. Fala também de persistência, de coragem e de união, especialmente mostrando que os diferentes podem se completar, se pararmos para ouvir o que o outro tem a dizer.

Nessa minha nova experiência, li para as crianças à noite, mas a obra é um pouco longa. Além disso, aborda temas um pouco pesados (é classificada como infanto-juvenil), então, minha sugestão, especialmente se a leitura acontecer entre crianças em período de alfabetização, é que esse momento aconteça em um período em que o pequeno leitor não esteja tão cansado, lendo a obra por partes, e não, tudo de uma vez.

No mais, é aproveitar para imaginar e refletir sobre o mundo.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

O Livro sem figuras



Professores de alunos mais velhos, pelo menos uma vez na vida, escutaram, depois de apresentar um livro, a seguinte pergunta: tem figura? Também vamos confessar que, poucas pessoas não falaram alguma vez (uma única que seja) a tal frase. De fato, somos apresentados aos livros sempre muito coloridos, com figuras que, muitas vezes, podem levar a outras histórias. Eu sei, também, que livro infantil, especialmente os destinados às crianças menores, costumam ter mais figuras, pois é um elemento lúdico para chamar a atenção, permitindo, assim, a compreensão da história que será contada.

Mas chega uma época em que as figuras diminuem e os textos crescem e, como em um passe de mágica, num belo dia, as figuras somem. Acho que foi isso que me chamou a atenção nesse livro: ele não tem figuras, mas tirou (e tira) muitas gargalhadas das crianças aqui em casa.

Ele chegou por aqui faz uns três anos e, quando mostrei para os pequenos, ainda na livraria, eles me olharam com a mesma cara que já vi aluno fazendo quando o professor mostra um livro sem figuras e com as letras pequenas. Eu conheci seu conteúdo porque vi um vídeo em que o autor lia para as crianças (foi um crítico literário que falou dele na TV), então eu sabia que eles iam gostar. Mas eu nunca tinha lido ele e, isso, foi uma descoberta para nós três. A regra é: “a pessoa que está lendo é obrigada a dizer tudinho que está escrito”. Dito isso, começam a aparecer palavras e sons bem engraçados com letras e cores diferentes. Quem está escutando, ri e, quem está lendo, também. Não preciso nem dizer que este livro foi contado e recontado milhões de vezes aqui em casa e na escola. Eu contei várias, mas o divertido para as crianças é ver quem não conhece a história contar e, assim, mais gente lê, mais gente se diverte e mais gente percebe que “você pode até achar que um livro sem figuras não vai ter graça nenhuma”, mas talvez seja porque você ainda não se conectou com a obra.


LINDO!!!!!!

domingo, 15 de abril de 2018

Leitura de férias: uma aventura com Pilar e Breno





Sempre li para os meus filhos. Eles ganharam livros antes mesmo de existirem. Desde que eles nasceram, a sessão infantil sempre foi visitada por mim.  Acontece que o mais velho cresceu e está se tornando um bom leitor. Quando isso começou a acontecer bateu certa insegurança, porque agora ele não precisaria mais de mim e eu não saberia mais o que ele estaria lendo, por quais mundos ele transitaria nessas experiências bibliográficas. Aí, um dia, vendo um programa de TV, escutei uma jornalista dizendo que ela lia boa parte dos livros que os filhos adolescentes liam e, assim, conseguia conversar sobre vários temas com eles. Achei o máximo! Então, quando os livros do primogênito começaram a ser maiores, a ponto de eu não conseguir mais dar aquela lida na livraria antes de levar, comecei a fazer isso. Minha primeira experiência foi com a série de livros ‘Diário de Pilar’ (Editora Pequena Zahar).

Quando topei com os seis livros na prateleira da livraria, meu filho estava começando a despertar o interesse pelos diários, algo que parecia brotar do nada e que me dava um pouco de medo quanto ao conteúdo (um dos motivos da minha insegurança e que me levou à leitura compartilhada). Então combinamos de ler juntos. Meu filho adorou a ideia e, hoje, me cobra a leitura dos outros.

São seis livros, escritos pela Flávia Lins e Silva (autora de quem gostamos muito, pois acompanhamos os Detetives do Prédio Azul - D.P.A – que passa no Gloob e também tem livro), e contam a história de uma menina, Pilar, muito aventureira, que adora conhecer o mundo e sofre, como diz a própria personagem, de “gulodices geográficas”. Pilar tem um mais que amigo, o Breno, e um gatinho, o Samba, que estão sempre com ela nas aventuras que começam com uma dúvida ou melhor uma busca, na maioria dos casos a busca por alguém (destaco aqui o pai e o avô), mas também tem a vontade de tocar berimbau ou aprender a escrever com códigos em seu diário. A partir disso, ela senta na rede mágica que ganhou do avô e viaja.

A tal rede já levou Pilar para a Grécia, Amazônia, Egito, Machu Picchu, África e China (esta é a ordem, mas aqui em casa lemos fora dela). Além de apresentar muitas coisas legais sobre todos esses lugares (tem muita história e geografia) Flávia também aborda temas que são difíceis de tratar como a morte e, também, assuntos que são fundamentais de serem abordados como diversidade religiosa, os arranjos familiares contemporâneos, meio ambiente....

Outra coisa muito legal são as ilustrações (LINDAS!) DA Joana Penna. Antes de ler cada um dos livros folheei todos para ver a ilustração e tentar adivinhar o que ia acontecer ( ☺). Além disso, outra passagem que chama a atenção é a apresentação da autora e da ilustradora: sempre faz uma referência ao país para o qual Pilar viaja.

Alguns dos seis livros conseguimos ler separados, mas juntos (eu lia 10 páginas e passava dele. Ele lia 15 e passava de mim). Mas nem todos (alguns terminei e ele nem tinha começado). O legal foi conversar sobre eles. Alguns assuntos renderam pesquisas e papos super legais. Eu adorei essa experiência e meu filho também. Hoje quando ele termina um já fala: “esse é o teu próximo”. O que abriu um caminho para eu indicar alguns livros também, que já estão na fila de espera dele.  Ah... e estamos esperando a próxima viagem da Pilar.


Saiba mais:

http://www.flavialinsesilva.com.br/

Vamos falar de amizade

Uma capa muito simples mostra dois pequenos pinguins. O título pode ser um índice de que algo ruim vai acontecer. Mas é só abrir o livro Ape...