Estamos na primeira página do livro e a quem ele é dedicado? Apenas Antonio Carlos Jobim. Mas, para além dessa singela homenagem, a obra já me ganhou na autoria: Ana Maria Machado. Ela é uma daquelas autoras que povoam as memórias afetivas de minhas infância (Menina Bonita do Laço de Fita é muito lembrada por aqui) e adolescência (a adaptação de Sonho de uma noite de Verão, de Shakespeare, também me marcou e está bem guardada). Então, qualquer obra que eu encontre atrelado ao nome dela, merece parte do meu tempo.
A primeira vez em que tive contato com esse livro, foi em um passeio a uma biblioteca com as crianças. Na época, meu mais velho era ainda mais novo do que a idade recomendada para a leitura da obra (5 anos para leitura compartilhada) mas, mesmo assim, ele adorou! Tanto, que levamos para nossa casa e, lá, foram mais muitas leituras até o dia de devolver. Nem sempre a leitura era fácil, pois o caçula era muito pequeno, mas ficava atento o máximo de tempo que conseguia. Pegamos o livro na biblioteca, mais algumas vezes, até que o dia em que o encontramos em uma livraria da cidade.
Mas, do que fala a obra, para ser tão querida por aqui? Fala de liberdade, de encontro, de desafio, de aventura… Para isso, Ana Maria Machado traz personagens como Carlos Drummond de Andrade, Dante Alighieri, Cristóvão Colombo, Alberto Santos Dumont… e mostra como eles abriram certos caminhos e construíram certas pontes. Mas também mostra como ainda temos muito a fazer para que nesses caminhos não cresçam espinhos e para que essas pontes não sejam destruídas.
Outra coisa legal é que a música “Águas de março” faz a condução desse livro. E isso é muito legal! Ainda fizemos muitas vezes a leitura desse livro. Quando o mais velho o leu sozinho, quase achei que ele tinha decorado a obra (a faixa etária sugerida para a leitura individual é a partir de 8 ou 9 anos).
As ilustrações de Elizabeth Teixeira também renderam boas conversas sobre o conteúdo do livro. São muito bonitas e complementam lindamente a obra.
Lá das nuvens dá para ver o mundo. De lá posso imaginar e contar histórias. Cada pássaro, raio de sol ou gota de chuva pode contar a sua história também. Quando estou no alto das nuvens pode ser que ninguém me veja, mas eu posso ver todo mundo e tentar ajudar, se for preciso, e se for o caso. O caminho pode ser difícil, mas um livro pode ajudar na jornada. Afinal, um livro nos leva a lugares que não pensamos estar. Com um livro podemos ver o mundo, mesmo que estejamos lá, no alto das nuvens.
domingo, 6 de maio de 2018
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Vamos falar de amizade
Uma capa muito simples mostra dois pequenos pinguins. O título pode ser um índice de que algo ruim vai acontecer. Mas é só abrir o livro Ape...
-
Eu adoro ler para os meus filhos. Leio de tudo: livro grande, pequeno, com rima ou sem, livro ‘teórico’ ou ficção. Mas eu sei que uma crianç...
-
Já li muito sobre leitura na infância. Já escutei muita gente falar sobre isso. E sempre que posso, paro mais uma vez. Porque sempre é bo...
-
Não sei ao certo como fiquei sabendo desse livro. Mas quando o encontrei na livraria fiquei encantada. As autoras, Elena Favilli e Francesca...
Nenhum comentário:
Postar um comentário