quinta-feira, 30 de agosto de 2018

O estranho caso do sono perdido

A capa desse livro já pode causar um estranhamento para alguns e não é por seu título e, sim, pela autora: Míriam Leitão. Muita gente nem imagina (assim como eu não imaginava) que a jornalista, que aparece séria nas telas da TV, tivesse uma parte de sua carreira dedicada aos pequenos leitores. Ela não só tem textos infantis publicados, como já recebeu prêmios por isso. Então, se, por algum motivo, você tem suas ressalvas com a jornalista, deixe-as de lado e bora ler sua obra infantil. É linda!

Este post se dedica ao livro O estranho caso do sono perdido (mas já escrevi outro de outra obra dela). Aqui em casa sempre tive trabalho para por a criançada para dormir e esse livro me pareceu bem sugestivo, então ele já fica na cabeceira para qualquer emergência.

udo começa quando a avó da personagem principal, que parece bem atarefada e não mora na mesma cidade da neta, chega para fazer uma visita, dividindo o quarto com  a pequena. Mas, eis que a vovó esqueceu o remédio para dormir e a neta fica intrigada. As duas, então, trataram de ir procurar o sono da vó, que desaparacera, e chegam ao mundo dos sonos. É lá que encontram várias dicas para achar o sono da vovó. Dicas tão valiosas que valem para todos. O resultado? Só lendo o livro que, aqui em casa rendeu risos e boas reflexões.

Ah, não dá para deixar de falar das ilustrações lindas de Fran Junqueira, que deu um visual muito fofo para os personagens apresentados por Míriam (especialmente os que vivem no mundo dos sonos).

P.S: Pelas características da vovó e pela dedicatória que Míriam Leitão fez (“Para Mariana, que me emprestou sua imaginação”) desconfiamos, aqui em casa, que a autora escreveu o texto baseada (só um pouquinho) na sua experiência. Mas foi só um pouquinho.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Ferreira Gullar para crianças

Ferreira Gullar nasceu em 10 de setembro de 1930, em São Luís do Maranhão. Foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta brasileiro e um dos fundadores do neoconcretismo. Já vi muita entrevista dele e, por isso, para mim pelo menos, ele estava muito associado ao universo dos livros para adultos. Até o dia em que fui à biblioteca com meus filhos. Ir à biblioteca não é nenhuma novidade por aqui, a novidade sempre está nos esperando na biblioteca.

A menina Cláudia e o rinoceronte (adoro quando encontro um livro com o meu nome) conta a história de uma menina que, em meio aos papéis que usava para recortar, inventou um rinoceronte. “Mas não foi logo nem lógico”. Era um rinoceronte que, ao longo da história, vai trocando de cor e quando tudo parece pronto a menina descobre que era uma rinoceronte que quer ter um filhote. Mas até achar o tal filhote, muitos outros bichos foram nascendo. Uma diversão só!

Texto e ilustração são de Ferreira Gullar. Aliás, para fazer as ilustrações, o autor usou a técnica da colagem com papéis de várias texturas e cores. Uma obra prima.

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Tal pai, tal filho?

Um menino que queria dançar. Um pai que achava que dança não era coisa para um menino. Uma confusão. Muito sofrimento. O início do livro Tal pai, tal filho é dramático e, confesso, cheguei a achar que não deveria ter trazido esse livro da biblioteca. Mas a narrativa é linda e o desfecho arranca lágrimas de qualquer adulto (pelo menos aqui a emoção correu solta).

O livro fala de separação. Separação causada por intolerância. Mas também mostra que quando o amor entra em jogo, ah meu amigo, aí falamos de união e respeito. Georgina Martins, a autora, é filha de pai cearense com quem aprendeu a gostar das poesias e das cantorias do Nordeste. Com a mãe Georgina aprendeu que o preconceito e o desrespeito com o outro são coisas muito ruins. Na obra, ela juntou o que aprendeu com os dois e acertou lindamente. As ilustrações, que lembram muito as de cordel, ficaram lindas e são obra de Sergio Serrano.

sábado, 11 de agosto de 2018

Capitão Cueca

Para este post convidei uma pessoa muito especial para escrever: Caetano, meu filho mais velho, aquele que me instigou a ler seus livros e que por isso me levou a este blog. Ele escolheu o livro que iria comentar (e nesse caso foi uma coleção). A saga do Capitão Cueca tem vários livros (alguns publicados pela Cosac Naify outros pela Companhia das Letrinhas) mas muitos nós pegamos na biblioteca (então na foto só aparecem os três que temos aqui em casa). Capitão Cueca foi adaptado para o cinema e também para uma série de TV disponível na Netiflix.

Então, vamos ao texto de Caetano sobre a saga do Capitão Cueca (curto mas empolgado).

Esta coleção é muito boa, só tem um probleminha, Jorge e Haroldo são muito bagunceiros!!! sr. krupp diretor da escola Jerome Horwitz não ajuda muito. Eles (Jorge e Haroldo). Fazem piadas muito boas, mas o senhor Krupp não gosta!

Um dia, Jorge encomendou um Hipnoanel 3D…


O resto eu não posso contar!!

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Jorge Amado para pequenos

Se estivesse vivo Jorge Amado completaria hoje 106 anos. Ele nasceu em 10 de agosto de 1912, em Itabuna, na Bahia. Durante muito tempo foi o autor brasileiro mais traduzido no mundo. Já li vários de seus livros. Mas foi em 2009 que descobri que ele também se dedicou a escrever obras para as crianças. Vou falar aqui de dois deles (já tratei sobre eles no blog Leio Enleio. Aliás, o texto que segue foi adaptado de lá.).

O primeiro é O gato Malhado e a andorinha Sinhá(Companhia das Letrinhas), de Jorge Amado. No posfácio da obra Tatiana Belinky deixa claro para quem é o livro: “para crianças excepcionalmente inteligentes de todas as idades”. O livro foi escrito para o seu filho, João Jorge, quando este tinha um ano de idade e o autor baiano não queria que fosse publicado. O pequeno encontrou os escritos do pai anos mais tarde. Organizou e pediu para o artista plástico e amigo da família Carybé ilustrar. Trata de um amor impossível, qu
ase um Romeu e Julieta dos bichos e no meio disso tudo fala de amor, preconceito, respeito as diferenças e educação. Como todo livro infantil de maneira muito fantasiosa. Ainda não consegui ler todo esse livro para os pequenos mas aos poucos chegamos lá.

A segunda obra chama-se A bola e o goleiro(Companhia das Letrinhas). As crianças aqui já escutaram algumas vezes. Este é mais um caso de amor impossível: a bola se apaixona pelo goleiro e vice-versa. Ele é divertido e envolvente.

Muito provavelmente foi a paixão pelo futebol que fez Jorge Amado escrever um texto tão legal sobre o amor entre a bola Fura-Redes e o goleiro Cerca-Frango. Ah, os desenhos são de Kiko Farkas e são muito legais e divertidos!


Mario Vargas Llosa e a literatura juvenil

Um encontro, digamos, inusitado… À espera do ônibus escolar, um menino encontra um senhor que, dia após dia, está sempre sentado no mesmo banco, olhando para o mar. A curiosidade o leva a puxar conversa. O homem, há muito, espera por um barco. O barco das crianças é uma belíssima obra escrita pelo Nobel de Literatura Mario Vargas Llosa.

Que barco é esse? De onde saíram e por que este homem espera por ele? São respostas que vão sendo respondidas a cada dia, em um novo encontro. A história do barco das crianças. Uma história triste que leva o leitor a conhecer um pouco de um momento histórico que aconteceu no século XII.

O livro é lindamente ilustrado. As ilustrações carregam em si a sensibilidade e a delicadeza que a obra merece. Os créditos são da  ilustradora Zuzanna Celej que ganhou, em 2013, o prêmio de melhor ilustradora de livros infantis da Moonbean Awards.

Na contracapa da obra lê-se “O barco das crianças é uma fábula que mistura história e ficção, um convite irresistível para que leitores de todas as idades descubram o fantástico universo da literatura”.

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Pax e como as guerras nem sempre respeitam as amizades

O que uma guerra faz nas vidas dos envolvidos? Quanto sofrimento ela pode causar? Além disso, quanto ela pode revelar desses sujeitos, por vezes, tão novos?

Pax é uma raposa que foi separada de seu humano, Peter, por conta da guerra. Ambos sofreram com isso, ambos se procuraram e lutaram por esta amizade. Uma história delicada, que trata de alguns horrores da guerra. Aqueles dos quais nem sempre falamos, aqueles que não estão nos noticiários. Essencialmente, fala de sentimento.

A obra, escrita por Sara Pennypacker e ilustrada por Jon Klassen, é indicada para crianças maiores. A classificação da obra é infanto-juvenil, mas minha opinião é de que é mais juvenil do que infantil. Em tempos tão conturbados vale a leitura para todas as idades.

Vamos falar de amizade

Uma capa muito simples mostra dois pequenos pinguins. O título pode ser um índice de que algo ruim vai acontecer. Mas é só abrir o livro Ape...