quinta-feira, 3 de maio de 2018

Histórias de ninar para garotas rebeldes

Não sei ao certo como fiquei sabendo desse livro. Mas quando o encontrei na livraria fiquei encantada. As autoras, Elena Favilli e Francesca Cavallo, trazem, nessa obra publicada pela editora V&R (@vreditorasbr), “100 fábulas sobre mulheres extraordinárias”. São cem rápidas biografias, contadas de uma maneira muito bonita.  Quando mostrei para os meninos, eles acharam linda mas, especialmente o mais velho, se apavorou com o volume de páginas. A calma veio quando eu disse que nós leríamos juntos para que todos  conhecessem aquelas histórias. E assim foi feito. Todas as noites nós líamos uma historinha juntos. Com isso conhecemos mulheres fantásticas: cientistas, artistas, atletas, escritoras, imperatrizes, ativistas, políticas... 

Duas coisas me incomodaram um pouco. Primeiro senti falta de brasileiras (Maya Gabeira está lá). Uma pena, porque temos mulheres incríveis (soube que no livro 2 elas estão mais presentes. E também há livros de autoras brasileiras com  temática parecida); a segunda foi o nome do livro, e aí tenho duas explicações para esse desconforto diante do nome: a primeira é que sou mãe de dois meninos e o livro acaba por direcionar quem deve ler. E aí, temos o segundo motivo: não gosto muito desse direcionamento porque, muitas vezes, acabamos tendo que quebrar mais uma barreira para a leitura da obra. Não é errado, mas essa foi uma pergunta que lá pelas tantas eu tive que responder: se o livro é para meninas por que estamos lendo? Minha resposta foi: porque livro é para todo mundo e o que está aqui dentro vocês também devem conhecer. Tirando essas duas coisas, a obra é linda! Me emocionei com muitas histórias.

Algumas das mulheres apresentadas eu já conhecia, a maioria não. Por algumas, nutria certa admiração; por outras não. E aqui está um ponto interessante: mesmo não gostando de algumas posturas de algumas das mulheres apresentadas (porque eu conhecia uma pequena parte da história) eu lia e entendia a trajetória e, em vários casos, passava a admirá-las por isso: pela trajetória, pela quantidade de barreira enfrentadas. No fim das contas acho que isso é importante: compreender que cada um tem uma participação importante na história e que podemos não gostar de uma parte de sua atuação, mas não podemos negar o quanto suas lutas contribuíram para se chegar onde estamos.

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