Não sei ao certo como fiquei sabendo desse livro. Mas
quando o encontrei na livraria fiquei encantada. As autoras, Elena Favilli e
Francesca Cavallo, trazem, nessa obra publicada pela editora V&R (@vreditorasbr), “100
fábulas sobre mulheres extraordinárias”. São cem rápidas biografias, contadas
de uma maneira muito bonita. Quando
mostrei para os meninos, eles acharam linda mas, especialmente o mais velho, se
apavorou com o volume de páginas. A calma veio quando eu disse que nós leríamos
juntos para que todos conhecessem
aquelas histórias. E assim foi feito. Todas as noites nós líamos uma historinha
juntos. Com isso conhecemos mulheres fantásticas: cientistas, artistas,
atletas, escritoras, imperatrizes, ativistas, políticas...
Duas coisas me incomodaram um pouco. Primeiro senti
falta de brasileiras (Maya Gabeira está lá). Uma pena, porque temos mulheres incríveis (soube que no
livro 2 elas estão mais presentes. E também há livros de autoras brasileiras
com temática parecida); a segunda foi o
nome do livro, e aí tenho duas explicações para esse desconforto diante do
nome: a primeira é que sou mãe de dois meninos e o livro acaba por direcionar
quem deve ler. E aí, temos o segundo motivo: não gosto muito desse
direcionamento porque, muitas vezes, acabamos tendo que quebrar mais uma
barreira para a leitura da obra. Não é errado, mas essa foi uma pergunta que lá
pelas tantas eu tive que responder: se o livro é para meninas por que estamos
lendo? Minha resposta foi: porque livro é para todo mundo e o que está aqui
dentro vocês também devem conhecer. Tirando essas duas coisas, a obra é linda!
Me emocionei com muitas histórias.
Algumas das mulheres apresentadas eu já conhecia, a
maioria não. Por algumas, nutria certa admiração; por outras não. E aqui está
um ponto interessante: mesmo não gostando de algumas posturas de algumas das
mulheres apresentadas (porque eu conhecia uma pequena parte da história) eu lia
e entendia a trajetória e, em vários casos, passava a admirá-las por isso: pela
trajetória, pela quantidade de barreira enfrentadas. No fim das contas acho que
isso é importante: compreender que cada um tem uma participação importante na
história e que podemos não gostar de uma parte de sua atuação, mas não podemos
negar o quanto suas lutas contribuíram para se chegar onde estamos.
Lá das nuvens dá para ver o mundo. De lá posso imaginar e contar histórias. Cada pássaro, raio de sol ou gota de chuva pode contar a sua história também. Quando estou no alto das nuvens pode ser que ninguém me veja, mas eu posso ver todo mundo e tentar ajudar, se for preciso, e se for o caso. O caminho pode ser difícil, mas um livro pode ajudar na jornada. Afinal, um livro nos leva a lugares que não pensamos estar. Com um livro podemos ver o mundo, mesmo que estejamos lá, no alto das nuvens.
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