sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Vamos falar de amizade

Uma capa muito simples mostra dois pequenos pinguins. O título pode ser um índice de que algo ruim vai acontecer. Mas é só abrir o livro Apesar de tudo, do colombiano Dipacho, traduzido por Mell Brites, para se encantar.

Assim como a capa as ilustrações internas são simples e os textos são curtos. A obra fala do encontro dos dois pinguins da capa, conta como eles caminham juntos pela vida e como, às vezes, a separação é inevitável. Mas também mostra que se eles se encontraram eles podem se reencontrar e enfrentar os problemas juntos.

Nos últimos dias ele virou leitura obrigatória aqui em casa. Tento deixá-lo por último (nunca conto menos de três histórias por aqui) porque conseguimos sobre estarmos juntos, sobre os problemas que cada um enfrenta mas também que é muito bom saber que podemos compartilhar as coisas com pessoas que nos amam e que amamos.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Por um mundo mais legal

Marcelo Tolentino trabalhou como publicitário até 2016 quando decidiu se dedicar à ilustração e às artes plásticas. Seu primeiro livro, O mundo seria mais legal, arrancou risos aqui em casa (já pensou como seria se o pum fosse um instrumento musical?) e alguns estranhamentos também, afinal, como um polvo poderia ser um entregador de jornal?

A linguagem e a ilustração não são nada rebuscadas. Há uma leveza na obra que nos agradou muito aqui em casa. E foi assim, lendo um livro bem simples, mas com uma ideia genial (fazer um mundo mais legal) que nos divertimos, refletimos e tivemos várias ideias: o que podemos fazer para ter um mundo mais legal?

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Vovô Mandela

Nem preciso dizer o quanto admiro Nelson Mandela (já escrevi sobre ele no Leio Enleio e aqui também). Ele é, para mim, uma grande fonte de inspiração e, para minha alegria, ele também alimenta a vontade de ter um mundo melhor de muita gente. Em 2018, comemora-se o centenário deste homem tão impressionante e não param de aparecer livros que falam sobre seu legado contra o Apartheid, reforçando a ideia de “para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”.

A última obra que encontrei foi Vovô Mandela. Já tinha lido alguma coisa sobre ele e é, de fato, uma obra bem interessante para ser lido para crianças. A narrativa é feita por Zindzi, uma das filhas de Nelson Mandela com Winnie Mandela. Ela conta para seus netos, Zazi e Ziwelene, a história dos pais. A autoria é dela e dos netos e a ilustração ficou por conta de Sean Qualls. No livro fala-se também do Ubuntu, que é uma forma de olhar para o mundo que acredita que “eu sou porque todos somos”. Também descobri que existe uma organização chamada Mandela Legacyque contribui com seus recursos e capacidade para ajudar o cliente a estabelecer uma Identidade Corporativa ativa que lhes permita criar empreendimentos sustentáveis ​​onde possam direcionar esse valor para suas diversas iniciativas sociais” e em seus programas inclui “desenvolvimento de negócios humanitários, publicação, relações públicas / marketing social e caridade”.

Aqui em casa, cada vez que esse livro é lido, gera um monte de discussão sobre temas sociais bem legais. A cada nova leitura uma pergunta diferente aparece, uma nova constatação surge. Já aconteceu de eu não conseguir terminar de ler uma página e uma observação ser apresentada (isso acontece mesmo havendo um acordo de que é necessário terminar a leitura de pelo menos uma página).

Acho que, assim, estamos plantando sementinhas de paz e respeito.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Quem manda aqui?

Já percebeu que em todos os lugares sempre tem alguém que manda e alguém que obedece? Dá uma olhada nos livros infantis, nos filmes direcionados para as crianças... Agora amplia isso para o mundo adulto… As relações de poder estão em toda parte, na nossa vida, desde pequenos. O livro “Quem manda aqui?” fala sobre política para crianças, de André Rodrigues, Larissa Ribeiro, Paula Desgualdo e Pedro Markun. O livro fala, justamente, dessas relações de poder que existem no nosso cotidiano.

Publicado pela Companhia das Letrinhas é fruto de um trabalho colaborativo. Primeiro, a produção foi apoiada por financiamento coletivo por meio da plataforma Catarse. Além disso, temas, imagens e todo o conteúdo do livro foram inspiradas em oficinas com crianças entre três e dez anos, de São Paulo e Ouro Preto. Segundo os autores o livro “não pretende dar respostas, mas convidá-la [a criança] a pensar. Queremos levar o assunto para dentro de casa e para a sala de aula. Para que, juntas, crianças e adultos possam questionar as coisas como são e refletir sobre como elas poderiam ser”.

Em cada página do livro há o questionamento sobre as formas de governar e tomar decisões: por que um rei é rei? O que é escravidão? e por aí vai… Não há um personagem único, são vários ao longo da história. Aqui em casa, a primeira vez que contamos, fomos parando. Porque em cada página havia uma pergunta a mais, uma busca por parte das crianças de entender porque certas coisas (como a escravidão) existiam. Na segunda vez, foi mais tranquilo. Primeiro, lemos tudo para depois conversar. No livro não há a indicação etária. Aqui em casa eles eram pequenos quando o livro chegou (o mais velho tinha uns sete e o mais novo perto dos quatro).

Ah, além da versão impressa há uma versão on-line gratuita disponível para download .

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

MInha professora é um monstro

Esse título me assustou quando vi o livro, pela primeira vez, na mão dos meus filhos, que insistiam que queriam levar para casa. Eu estava disposta a não dar um livro que fizesse tal afirmação até que vi o complemento do título: “não sou, não”. Parecia melhor.

Meus filhos insistiam muito porque, segundo eles, era muito engraçado. Eu cedi e o livro de Peter Brown foi uma das nossas leituras naquela noite. Foi bem divertido fazer essa leitura.

A professora, de fato, é um monstro no começo do livro. Mas ao longo da obra ela vai se transformando e isso é muito legal. Eu acho que essa transformação é evidente para as crianças, mas como em todo livro, fazer a mediação é importante. Foi isso que fizemos. Conversamos sobre os motivos que fazem dos professores e, em alguns momentos, os pais (e tantas outras pessoas) serem monstros. Essa conversa foi ótima!

Como mãe e como professora, o livro e a conversa também foram legais. Porque abriram um caminho para que eu me olhasse dentro desses papéis (mas a obra vai para além disso e isso é demais!). Hoje a obra, vira e mexe, aparece na nossa lista de leitura.


P.S: a dedicatória é muito lindinha.

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

5 livros para crianças que estão começando a ler

Eu adoro ler para os meus filhos. Leio de tudo: livro grande, pequeno, com rima ou sem, livro ‘teórico’ ou ficção. Mas eu sei que uma criança, quando começa a juntar as primeiras letrinhas vai devagar, precisa de tempo e de livros adequados para esta fase.

A fase de alfabetização é emocionante (aliás vê-los crescendo é emocionante). Aqui em casa, um deles já passou por essa fase e agora o outro está começando. Então tivemos que dar uma renovada nas obras dedicadas a esse período tão lindo e cheio de descobertas. Então, para quem procura sugestões para mostrar como ler é para lá de divertido, seguem cinco dicas que fazem o maior sucesso aqui em casa.

1. O ovo ou a galinha? - Escrito por Gustavo Rosa, Maria Cristina Raposo de Mello e Milton Célio de Oliveira Filho essa obra é pura diversão. Os textos de cada página são curtos, com rimas muito divertidas e lindamente ilustrados (em 2012 venceu o prêmio Jabuti na categoria melhor ilustração).  As letras são grandes (importante para a fase de alfabetização) e as palavras são relativamente fáceis.

2. O peru de peruca - Obra escrita por Sonia Junqueira (uma das autoras mais lidas aqui em casa) é parte de uma coleção muito interessante da editora Ática, chamada Estrelinha. Os livros que na capa trazem uma estrelinha são para crianças que estão começando a ler e é o caso deste livro. Esta leitura também vai gerar muito riso, porque o peru acaba sendo confundido com um monstro pelos outros animais, por conta de uma peruca. Também tem letras grandes e textos curtos.

3. Cabe na mala - Esse é outro livro que faz parte de uma coleção para quem está iniciando no mundo das letras. Dessa vez a coleção se chama Mico Maneco e foi publicada pela editora Salamandra. O livro Cabe na mala é do Mico Maneco I, ou seja, para aqueles que estão começando a alfabetização. Ana Maria Machado (outra das mais pedidas aqui em casa) mostra, de maneira simples, quantas coisas podem caber na mala de uma vaca e de um cavalo (se organizar direitinho cabe muita coisa). As ilustrações do Claudius Ceccon dão muita cor ao texto. Uma obra deliciosa de ler. Foi o primeiro livro que meu caçula leu. Ele adorou e, claro, que leu mais algumas vezes, e nós também lemos para ele.

4. A boca do sapo - que bicho tem a boca maior? Essa é a pergunta que guia essa história escrita por Mary França e ilustrada por Eliardo França. Com ela dá para falar sobre formas, tamanho e também sobre diferença (pelo menos aqui em casa foi possível). É parte da coleção Gato e Rato (editora Ática) destinada a crianças não alfabetizadas ou em fase de alfabetização.

5. Coleção agora já consigo ler - publicada pela editora Todo Livrinho traz em cada exemplar vários textos. O que temos aqui em casa é de Histórias de ninar e é muito fofo. Cada historinha tem cerca de seis páginas com letras grandes e bem divertidas. No final do texto tem uma lista de palavras para serem lidas novamente e outra com imagens e palavras que estavam na história, o que é uma ótima oportunidade para voltar lá na página em que a figura está e conversar sobre a história.

sábado, 1 de setembro de 2018

A águia que não queria voar

A história é de um naturalista, que encontra uma águia que não quer voar e, que era vista pelos outros, como uma galinha. Esse é o enredo deste livro de James Aggrey, ilustrado por Wolf Erlbruch. Uma história que fala sobre respeito às diferenças, sobre autoconfiança e autoestima.  A história é antiga, foi escrita no final do século XIX, e ajuda a contar, especialmente pela biografia apresentada no fim da obra, um pouco da história do continente africano, mas é claro que não é só isso. “Esta fábula nos lembra que, mesmo adormecida, a grandeza humana não se deixa extinguir nem mesmo pela mais severa opressão”, diz uma frase na contracapa do livro.

James Aggrey era missionário e pedagogo em uma cidade de Gana, num período em que todos os países do continente africano estavam sob o domínio de países europeus. Foi para esses povos subjugados, que James contou sua história, para que acreditassem em si.

Vamos falar de amizade

Uma capa muito simples mostra dois pequenos pinguins. O título pode ser um índice de que algo ruim vai acontecer. Mas é só abrir o livro Ape...